quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Last day 2


       Ola, aos fãs de Diário de um Sobrevivente,  vendo os comentários, vim aqui, o fato de ganhar menos destaque lá, foi o motivo que me fez pensar tanto em se eu deveria ou não ir. Mas eles tem uma divulgação muito maior que a que eu tenho tempo de fazer, e isso com certeza foi o que me chamou.
Devido ao problema com o acesso dos links que ficam escondidos, irei postar aqui um link para irem direto aos capítulos no walking dead BR.




       Espero que continuem acompanhando, e duvidas, reclamações ou qualquer coisa, continuarei a ler os comentários.

       Agora uma resposta ao comentário do César. Eu te entendo perfeitamente, também era contra o fato das “evoluções”, no entanto quando comecei a escrever meu intuito não era que seria um zumbi humano que se transformou, mas no caso dos caçadores por exemplo, eles seriam as transformações dos cachorros. E assim seriam as outras mutações, seriam outros animais, mas acabou que ficou difícil para explicar isso, e arrumar o que as pessoas já haviam deduzido por elas mesmas. Ainda mais pela semelhança de caçadores com o Hunter do L4D,que agora parece um plagio, mas que minha idéia inicial era muito diferente.  
Mais duvidas eu responderei por aqui, é um bom jeito de não deixar aqui parado e incentivar vocês a continuarem lendo!      

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Last Day

 Calma, não é o ultimo episodio como o nome sugere, desta vez não escrevo a vocês como o sobrevivente, escrevo como autor.
Desde o inicio do blog meu intuito foi expor minha criatividade e idéias sobre uma invasão zumbi, assunto do qual sempre fui fã.
Pois bem, com a continuidade dos posts, muitas pessoas gostaram da historia, entre elas, um site em especifico  (http://walkingdeadbr.com).
Depois de conversas, alguns dias pensando e estudos da proposta resolvemos nos fundir a eles, ou seja, a blog novela “diário de um sobrevivente” continuara, no entanto agora estará no site do Walking Dead BR, para quem gosta das nossas historias, a única coisa que muda, é que lá começamos desde o primeiro dia novamente, é a mesma historia, não muda nada, tirando que agora temos imagens a cada post.
Agradeço a visita de cada um de vocês, espero que continuem a seguir a historia, que continuem mandando dicas e sugestões, peço desculpas pelo tempo que os deixei sem noticias, no entanto, foi tudo derivado do estudo de nos unirmos, para trazermos ainda mais aventuras nessa historia.
No novo endereço, iremos postar todas as terças, quartas e sextas, novos episódios,  ou seja, agora teremos dias pontuais para publicação, e também terças e quintas irei falar para os usuários do site dicas de jogos e afins.
Espero que gostem, e a partir de agora não deixem de acessar o site do Walking Dead BR.



          Conto com vocês grande abraço, e muito obrigado por todos que leem, espero poder continuar com a presença de todos neste novo site. 
          Grande abraço a todos!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Décimo Quinto Dia

                Finalmente eles vieram para conversar. Não mostraram muita vontade de escutar qualquer coisa que eu tivesse a dizer, fizeram algumas perguntas a menina, do tipo se era minha filha, se era parente minha, de onde ela veio, quando ela não respondeu, eles a levaram, e me deixaram trancado.

                Não me interrogaram ainda, não sei por que, como disse não mostram querer saber nada sobre mim. Levaram minha arma, e todo o resto que poderia lhes ser útil, me deixaram apenas com as roupas do corpo, meus livros, lápis e um pouco de comida, trancado nesta sala.

                Eles estão fortemente armados, e parecem terem um esquema de sobrevivência aqui, acho isso pelo modo de como chegamos aqui, apenas àquela entrada, cuja qual dificilmente um “deles” conseguiria entrar, pois nunca os vi levantando um galho, quanto mais uma tampa de bueiro, e depois subir uma escada e por fim abrir mais uma tampa de bueiro.

                Ainda não trouxeram a menina de volta, com o mundo do jeito que esta, tenho medo de pensar no que possam estar fazendo a ela. Desde que os policiais saíram das ruas, que não existe mais lei e ordem, as coisas ficaram diferentes.  Aparentemente seres humanos realmente precisam de regras para terem limites, sem esses limites são capazes de crueldades e de maldades como nenhum outro ser vivo... Ou morto...

                Uma cena marcante... Lembro como se fosse ontem, na verdade, impossível esquecer... Aconteceu algumas semanas após a retirada do exercito das ruas. Quando finalmente entendemos que não havia mais o que fazer, que estávamos por conta própria, os poucos que ainda estavam vivos e sem serem infectados, tentaram se reunir, mas isso cada vez mais “os” atraia, e sair da cidade não parecia uma opção, eu estava perdido, acabava de matar o que um dia havia sido meu irmão... Tentei evitar grupos de pessoas, o que acredito sinceramente que é o real motivo de eu ter sobrevivido, “eles” preferiam ir atrás de um grupo de varias pessoas, do que de apenas uma, como se tivessem a certeza que pelo menos indo deste jeito, alguém eles comeriam...

                Mas a cena qual me refiro, não foi feita por “eles” e nem por um “caçador”, foi por um humano, quando percebi que não poderia mais sobreviver dentro da cidade, e um pouco antes de me encontrar com o grupo de Julio, passava por o que um dia foi uma igreja, tenho que falar, nunca fui muito religioso, mas aquela, parecia uma ótima hora para rezar, sem experiência de viver neste mundo, sozinho, o que mais eu poderia fazer?...

                Entrei dentro da igreja, e por sorte, não havia nenhum “deles” no local. Era tolo, não sabia que deveria se verificar um local antes de entrar. Encostei as portas da igreja, subi e fiquei em uma parte alta de dentro da igreja, subindo as escadas, de repente escutei vários barulhos, e um grande estrondo fez com que as portas se abrissem, não pude deixar de olhar, havia em torno de 3 rapazes, e eles arrastavam duas mulheres, elas estavam totalmente amarradas, e com mordaças. Tive certeza do que estava acontecendo ali quando vi, tive de me esconder, não havia nada que eu pudesse fazer para ajudá-las, eles as amarraram, de relance pude notar, elas estavam com luvas... Eles começaram a violentá-las, mesmo com tudo que eu já havia visto e feito, isso era algo que ainda me fazia mal de saber que existia...

                Quando eles terminaram, simplesmente foram embora, deixaram-nas lá,  simplesmente amarradas  esperando pelo pior, quando tive certeza que não voltariam para pega-las, desci, a única coisa que eu podia fazer era libertá-las, no entanto... Uma cena ainda pior viria, quando cheguei para soltar as amarras, pude ver elas direito, de onde eu estava enxergava apenas penumbras...

                Elas já estavam mortas, quer dizer, não totalmente, estavam transformadas, e por mais rápido que eu já tenha visto pessoas se transformarem, não era possível elas terem se transformado após terem sido violentadas, deviam ter sido transformadas antes. Seres humanos, violentando “eles”... Foi uma cena realmente marcante, que vi que não importa quão ruim o mundo esteja, sempre haverá pessoas buscando ganhar proveitos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Décimo quarto dia

                Cheguei a cidade, decidi trazer a criança junto, se algo acontecesse a ela e eu não pudesse fazer nada, me sentiria culpado. Não faço na verdade por consciência ou algo assim, mas por que acredito em uma troca equivalente, se eu a ajudar, talvez alguém ajude a Kathi...
                Quando entramos na cidade, havia milhares de placas e cartazes espalhados pela cidade, todos estavam com os mesmos dizeres “Não siga as luzes”. Não tinha entendido o significado ate então, do por que luzes a noite inteira, se não para seguirmos ela.
                Mas uma coisa eu tinha certeza, alguém lá estava vivo, alguém ligava e desligava as luzes e alguém espalhou os cartazes. Andamos muito tempo dentro da cidade, não só não achamos os sobreviventes, como nenhum “deles”. Após algumas horas, tive que ignorar os cartazes, alguém devia estar lá, e se não o havia achado ate então, ele deveria estar onde as luzes estavam.
                Quando chegamos próximo ao local das luzes, entendi o porquê não deveríamos ter ido... Um número inimaginável “deles” estava cercando o provável prédio de onde vinham as luzes, estavam por toda parte, batiam nas paredes, nas janelas, o prédio estava totalmente lacrado, barras de ferro não permitiam que “eles” entrassem. Seja quem fosse que estivesse La dentro, seria impossível sair, não importa o que eu pudesse fazer, ou não fazer, não teria nada que tirasse todos da frente do prédio, e nada que sobreviveria caso conseguisse.
                Um profundo sentimento de pena e tristeza passou por mim, não tinha o que fazer, e havia me decidido ir embora, no entanto a hora que me virei...
                La estava ele, o sobrevivente, ele já havia pegado a criança no colo e tapado a boca dela e apontava uma arma para minha cabeça. Seria suicídio para ele atirar em uma distancia tão próxima “deles”, mas os olhos dele diziam que ele não hesitaria se fosse preciso.
                Ele mandou segui-lo antes que nos vissem, entramos em um bueiro, um dos caminhos lá dentro estava totalmente bloqueada, seguimos o único caminho que estava liberado depois dele me obrigar a fechar o bueiro, chegamos ao final com o caminho broqueado também, e uma saída para cima através de uma escada. Ele me mandou subir, assim que atravessei a tampa mais uma arma estava sobre minha cabeça. Haviam ao todo três deles, contando com o que nos buscou. Trancaram-nos em um quarto, levaram as armas e suprimentos que eu ainda tinha  e avisaram que viriam conversar depois.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Décimo Terceiro Dia

                Mais uma vez dormindo em cima de uma arvore, minhas costas já não agüentam mais, mas não posso me arriscar a ficar no chão depois que tantos deles surgiram a noite. Temo por mim e pela criança, ela continua sem mencionar nada mais sobre sua cidade, tenho certeza que ela esconde algo, mas o que? E principalmente, por que?
                Estamos a alguns quilômetros de uma cidadezinha, e algo me chamou atenção ontem a noite, havia holofotes fazendo sinais de luz... Não sei se foi uma ilusão criada pela minha cabeça, mas tenho certeza de que vi. Estamos indo em direção a ela, se há luz, deve haver um gerador, e se há um gerador, deve haver alguém manuseando ele, ou seja, sobreviventes.
                Espero que não sejam mais malucos homicidas adoradores de mortos vivos. Estamos observando a cidade antes de irmos, digo observando por que preciso entreter esta criança, ela já não se comunica e se eu  não der alguma função para ela, sinto que ela vai enlouquecer. Observamos cada detalhe da cidade, ela não aparenta ser uma cidade muito grande e nem muito pequena, pelo que posso ver dela diria que antes disso tudo devia possui uma media de duzentos mil habitantes. Já pude observar uma delegacia e alguns mercados, alem de vários carros na rua, talvez enquanto procuremos os sobreviventes, seja uma boa hora de arrumar novos suprimentos, a comida que eu tinha já acabou, e não comemos a pelo menos um dia inteiro.
                Também observei um grande numero “deles”, próximo a onde acredito ter sido o ponto que enviou o sinal, provavelmente foram atraídos para arrumarem comida. Se houverem sobreviventes terei de ver como chegarei ate eles, e se vale a pena chegar, se não colocarei minha vida e da criança em risco por nada ou se cairemos numa armadilha de outros dementes.
                Entrar na cidade... A criança não pode ficar sozinha aqui fora da cidade, mas não sei também se é uma boa idéia levá-la. Se eu deixá-la e surgir algo, ela morre, se eu levá-la e surgir algo provavelmente ela morre, e se não formos, ambos morreremos. E pensar que chegaria um dia que teríamos que decidir nossas vidas pelas chances de morrer...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Décimo Segundo Dia

“Eles” passaram por nós a noite inteira, por sorte não nos viram, mas estavam em um numero gigantesco, como se seguissem algo. Ou como se “eles” estivessem indo a algum lugar. É assustador tentar ver alguma lógica nas atitudes deles, como se eles pudessem raciocinar.
Ficamos em cima de uma arvore, torcendo para que não olhassem para cima e não aparecesse nenhum “caçador”. Se acontecesse, estaríamos mortos, ou pelo menos, presos ate morrer em cima de uma maldita arvore.Eles não olharam, deviam estar ocupados demais na “maratona-dos-mortos”... Humor negro nessas horas, acho que é prova que estou ficando louco. Será que em algum lugar no mundo alguém ainda ri? Alguém ainda se diverte?
Deviam ser milhares, foi a noite, ficou difícil de ver, mas pelo barulho, era como um exercito se movendo. A menina ficou desesperada, por segundos não entregou nossa posição, enquanto ela dormia, “eles” chegaram, a grande movimentação a acordou, eu tive que ter muita habilidade em pega-la e tapar sua boca, sem nos derrubar de cima da arvore ao mesmo tempo que impedia que nos vissem.
E do mesmo modo como vieram, se foram, indo em direção da estrada. Mais um motivo para evitar estrada.  Pelo que pude observar, eles se seguem, quando um observa o grupo, ele vai em direção. Como se estivessem percebendo que sozinhos são fracos, mas em grande quantidade nada sobreviveria. Seria uma evolução? Instinto? Tantas duvidas, ninguém para responder.
                Foi difícil convencer a menina a descer da arvore, o medo de encontrar com “eles” é obvio nos olhos dela, do mesmo modo que a entendo, chega a ser irritante, pois não temos tempo a perder, o daí deve ser aproveitado ao máximo para viajar, enquanto o numero deles diminui. Mas ela ainda não entende isso, talvez por ser criança ou talvez por ser a primeira vez que sai para o mundo.
Enquanto passávamos por um sitio ou algo que parecia um, observei diversos cavalos mortos, alguns comidos pela metade, outros apenas como se tivessem sido espancados, os portões estavam fechados, mas havia muito sangue entre as vigas de uma cerca, em um ponto único, mesmo ela se estendendo e cercando todos os cavalos, como se algo tivesse passado por ela... Seja o que for, não queria apenas comer como os “caçadores” ou ate mesmo “eles”, queria matá-los ou espancá-los, pois mesmo após comer vários cavalos, apenas matou os outros, sem mordida, sem arranhões, totalmente diferente de tudo que já vi ate agora. A coisa saiu do mesmo modo que entrou, dava pra ver por onde saiu, por que tentou levar um corpo de cavalo por entre as vigas, mas aparentemente não conseguiu, por que o cavalo estava pela metade preso entre a estreita passagem. Nem “caçadores” arrastam sua presa assim, eles matam e comem, só as afastam do grupo, mas não tentam levar embora como se fosse para o lanchinho da meia noite...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Décimo Primeiro Dia


A criança continua me seguindo, não posso cuidar dela, ao mesmo tempo que não posso abandoná-la. Ontem “eles” vieram, em pequena quantidade, mas se alguns já estão chegando, outros podem vir, muitos mais...
Passei o dia procurando outros sobreviventes, no entanto não os achei, penso se todos foram capturados ou se foram pego por “eles”, ou se ate mesmo os caçadores continuam atrás de nós.
Penso em levar de volta essa criança para aquela cidade, ao mesmo tempo que sei que eles podem lhe fazer mal, não sei se é melhor do que ela andar comigo e acabar morrendo, pelo menos naquela cidade, ate ela morrer, teria abrigo e comida, coisas que eu não mais posso oferecer. A única coisa que tenho certeza é que sempre que olho para ela, meu passado vem como um turbilhão, me fazendo lembrar do rosto... Do rosto de minha esperança...
Decidi levar esta criança comigo, pelo menos ate achar um grupo melhor para deixá-la, acho q se fosse ela, eu gostaria que fizessem o mesmo...
Tenho pouca munição, pouca comida, e a cidade que achei que poderia arrumar algo só serviu para piorar... Como se não bastasse, Diego acabou ficando com o mapa, acho q a única coisa que posso fazer, é seguir pelo norte, evitando as estradas principais, pelo menos enquanto estiver cuidando desta menina.
Ainda me surpreendo ao pensar que tantas pessoas continuam vivas naquela cidadezinha, mesmo com o que essa menina disse, é de se espantar. Será que ainda há outras cidades que conseguiram sobreviver deste jeito ou de algum outro jeito similar? Uma cidade onde os sobreviventes não tenham se tornados completos babacas homicidas?
A menina já demonstra sinais de cansaço em apenas algumas horas de viagem, realmente é difícil de acreditar que ela consiga sobreviver muito tempo fora daquela vila, mas posso ver em seus olhos o medo, toda vez que pergunto sobre aquele lugar, ela da as mesmas respostas sempre, e quando tento me aprofundar ela fica muda, olha pra baixo, se estremece, como se algo La ainda a apavorasse mesmo estando tão longe como já estamos. Não posso deixar de pensar que pode ser uma armadilha e que alguém pode estar nos seguindo... Mas mesmo assim, o olhar dela, é de alguém que nunca mais quer ver aquele lugar, nem mesmo em sonhos.
Se eu fiquei pasmo em apenas olhar para um ritual daqueles infelizes, imagino como não deve ter sido viver entre eles desde que este apocalipse começou...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Décimo Dia

Ainda não sei dizer o que aconteceu, foi muito rápido...
Mal havíamos notado que Lívia não estava entre nós, quando a vimos chegar com uma criança, e aquelas pessoas chegaram logo depois. Não pude entender, mas acredito que Lívia teve que tentar salvar as crianças daqueles lunáticos, no entanto eles a viram e a seguiram.
Eles nos pegaram despreparados, estavam todos armados. Alguns correram, assim como eu, não sei dizer ao certo quantos fugiram, quantos foram mortos e quantos foram capturados. Eles chegaram, não perguntaram, não conversaram, atiraram em alguns de nós, algemaram os que alcançaram e tentaram matar todos que correram. Não posso dizer se o que fiz foi certo, mas que escolha eu tinha?
Corri, corri e corri. Alguns vieram atrás de mim, atiraram, mas não acertaram, ate que desistiram de me perseguir. Depois de muito fugir procurei outros do grupo, no entanto só achei a criança que Lívia trouxe com ela. Não acredito que andar em companhia dela seja boa idéia, pode ser uma cilada, mas não posso permitir que ela fique aqui sozinha.
Ela me contou como sobreviveram. Eles ficam em baixo da terra quase todo o tempo, só saem para duas coisas, cultos e pegar suprimentos, a menina disse que existe uma fazenda, aonde eles pegam água e suprimentos a cada quinze dias. Ela disse que se tornaram assim devido a ficarem em uma estrada secundaria, sem acesso de rodovia alguma, com o tempo as pessoas nem se lembravam daquele lugar e criaram agricultura para se "auto reabastecer". Quem diria que após o apocalipse isso seria uma vantagem...
Uma cidade auto-sustentável... Seria o paraíso se não fossem tão malucos. Ela não soube me informar a origem do “culto” a “eles”. Apenas disse que começou após a morte do padre da cidade, parece que ele tentou ajudar um menino e foi mordido, e é por isso que crianças são tratadas como origem desta coisa.
Penso que tenho obrigação com o meu grupo para voltar e salva-los, mas ao mesmo tempo, nada posso fazer contra tantas pessoas, armadas e muito mais preparadas que eu.
Olho para essa menina, e também sei que não tenho condições de sozinho mante-la a salvo, não posso seguir viagem se tiver que me preocupar com ela, e sem o grupo seria um risco muito grande. O que fazer? Já esta de noite, e estamos escondidos em cima de uma arvore. A arvore é alta, as criaturas não conseguiriam nos alcançar, no entanto se apenas um caçador vier, ambos morreremos.
Não posso pensar em tantos problemas todos os dias, amanha irei para perto daquela cidade novamente, espero que aja algum jeito de salva-los...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Nono Dia

A cada dia que se passa neste novo mundo, descobrimos que não vimos o quão baixo o ser humano pode chegar. Em meio de uma catástrofe total como esta ele ainda pode se mostrar mais sujo do que nunca se mostrou antes.
Chegamos à pequena cidade, à primeira vista, uma grande felicidade, um grupo gigantesco de sobreviventes estava por lá, no entanto, enquanto íamos em direção a eles, para relembrar velhos hábitos humanos de encontrar pessoas novas, algo incrivelmente raro hoje em dia, notamos uma enorme jaula, algo realmente amedrontador.
Aparentava como uma grande quadra de basquete, cercada por cerca e arame farpado por todos os lados, mas repleta de sangue vísceras para todos os lados e dentro daquilo, havia um grande numero “deles”. No primeiro momento achamos que eles os mantinham presos como forma de estudo, mas de toda a forma nos mantivemos afastados e escondidos, neste mundo corremos “deles” e desconfiamos de nós mesmos.
Eles aparentavam um povo pacifico e religioso, tirando o fato da grande jaula, que inocência minha ainda colocar essas duas palavras juntas na mesma frase depois do que vi...
                Estávamos acreditando na segurança de nos apresentarmos a eles, quando Lívia reparou algo mais bizarro que a própria cela, no centro da praça da pequena cidade, havia uma cruz, feita de madeira em tamanho real. E pregado na cruz... Haia um deles...
Antes mesmo de nos recuperarmos do choque daquela cena... Eles começaram uma “missa”, vários, centenas talvez, uma quantidade de sobreviventes que eu não via a muitos meses, todos usavam roupas negras, com véus e capas. Uma beata à frente, gritava sermões da bíblia, como se os conhecesse de cabeça. Ela falava algo sobre o messias voltar dos mortos, e que aquelas criaturas eram divinas...
Eu não pude acreditar, eles idolatram esses monstros, essas coisas que não só destruíram nosso mundo, mas mataram todos que nós amávamos!
Dois homens atrás carregavam uma jaula, coberta por um pano grande, eles arrastaram a jaula ate a grande cela, e então retiraram o pano... Dentro da jaula, havia varias crianças... Eram apenas crianças...
Eles os entregaram como sacrifícios as criaturas, como oferendas... Que tipo de religião pregaria sacrifício de crianças? Que tipo de mente doentia aceitaria tal ato odioso?!
Eu não consegui nem olhar, mas os gritos delas ecoam ao fundo da minha alma, como podem? Como podem ser assim? Como pode o ser humano, no meio disso tudo, ser tão horrível? Nem em meio ao desastre o ser humano é capaz de bondade?
Apesar do grande choque daquilo, nada podíamos fazer, mas tínhamos munição para enfrentar as criaturas, quanto mais para aquelas aberrações que se acham humanas... Fugimos desesperadamente com medo que nos vissem. Como se não bastasse não termos achado comida, nem munição ou qualquer outro suprimento, nossa esperança voltou em baixa, por falta de fé em nós próprios.
E eu que achava que o ser humano não podia ser mais podre...

domingo, 31 de outubro de 2010

Oitavo Dia

Perdemos mais três pessoas do grupo... Os “caçadores” nos encontraram como sempre fazem quando acham uma caça. Por isso demos esse nome a eles, eles nunca largam uma presa ate que ela esteja morta. Mas graças à idéia de Diego, conseguimos matar pelo menos dois deles, parece que realmente são fracos contra fogo. Outros deles estavam juntos, mas pela primeira vez, vi fugirem, instinto do medo talvez? Ou algum resquício de inteligência nessas aberrações?
O sangue deles parece inflamável, os dois que foram acertados pelo fogo, queimaram ate... Não se moverem mais, não sei se posso dizer morrer, não sei se ainda podem ser consideradas criaturas vivas.
O grupo diminuiu numa de uma forma monstruosa, chegamos a ser mais de cem, hoje não chegamos a quinze, posso me considerar um “sortudo” por ainda estar vivo? Ou um “coitado”?
Penso se ainda realmente encontraremos outros sobreviventes. Penso se essa base militar realmente for segura. Um lugar para descansar em paz, era tudo o que eu poderia pedir hoje, o mais infeliz dos seres humanos há cinco anos, hoje seria o mais feliz.
Nossas armas estão ficando mais uma vez sem munição, e agora precisamos de muitos produtos inflamáveis, sabemos que podemos lutar contra os caçadores. Tentamos seguir em direção a uma cidade que ficava no caminho, no entanto, a quilômetros já se via fumaça vindo dela, grandes chamas por toda parte, a cidade foi inteiramente destruída pelo fogo. Sem nenhuma pessoa para apagar o fogo, ele consumiu tudo, provavelmente por isso vimos o grande numero de infectados indo contra nossa direção nesses dias. Eles devem seguir os caçadores, que por sua vez, fogem do fogo.
Agora vamos a uma cidade pequena que fica próxima de onde estamos, teremos que desviar o caminho, ela não segue a rodovia e sim uma estrada secundaria, torcemos para que com isso, tenhamos mais chances de achar suprimentos e talvez sobreviventes.
Continuar viajando, andando, procurando armas, procurando comida, se protegendo, não dormindo, rezando pra alguém que nunca vem, correndo, fugindo, se escondendo... Paro pra pensar, qual sentido disso? Será que não devo me entregar? Pra que continuar... Não tenho mais tanta esperança de ve-la e nem tão pouco conseguir chegar até ela. Tantos de nós morremos, eu não sou mais especial que nenhum deles, para nunca morrer...

domingo, 24 de outubro de 2010

Sétimo dia

A noite foi mais clara que o dia para mim, perder tantos companheiros de uma vez, impede que você durma bem. Estamos há dois dias sem parar de caminhar, todos temos medo que os “caçadores” ainda estejam atrás de nós. Ainda não sabemos como eles nos seguem se durante o dia não podem se mover. É como se seguissem nossos rastros, mas acreditar que eles sejam tão inteligentes me assusta profundamente.
O medo, a falta de esperança e de vontade de seguir em frente, atacou dois de nós hoje, eles não agüentaram, e cometeram suicídio. Não posso condená-los, essa idéia passa pela minha cabeça todos os dias, mas ainda tenho um pingo de esperança, uma idéia que me faz seguir em frente e ir para o norte sem desistir, mas sei, que se ela se extinguir, não terei forças para andar.
Os que ainda sobreviveram no grupo estão seguindo Diego e eu, como seguiam a Julio e Matheus, parece que eles não acreditam em si mesmos, e precisam de alguém para guiá-los, isso mostra como meu pensamento estava certo em achar que eles não sobreviveriam sem nós, quando pensamos em abandoná-los. Discutimos a noite, em questão dos “caçadores” não morrerem como os outros com tiros, então Diego teve uma idéia. Conseguimos álcool na cidade, pensamos inicialmente em usá-lo para esterilizar ferimentos, afinal  nossos remédios e ataduras estão acabando e as farmácias pareciam terem sido totalmente limpas naquela cidade. No entanto, Diego teve uma idéia melhor e nos mostrou como fazer um “coquetel molotov”, uma espécie de bomba incendiaria. Eles têm medo da luz, faz sentido, talvez com o fogo possamos lutar contra eles.
Seguir para o norte, procurando um lugar seguro... Esta idéia passamos aos outros, mas sabemos que não existe lugar seguro, mas como sempre digo, a esperança é a única coisa que nos move, mas a minha esperança, não se baseia em um lugar, e sim, em uma pessoa...
Tenho pensado no que fazer se um dia encontrá-la, em onde nos protegeríamos, onde “eles” não nos alcançariam, será que existe um lugar assim? Enquanto a incerteza toma conta de minha mente, tenho que acreditar que esta viva e seguir, para onde possa estar.
Penso em todas as coisas que perdemos desde que o mundo se tornou assim, nunca mais celebraremos um ano novo, um natal ou sequer um aniversario. Nunca mais nos reuniremos na frente de uma mesa, para jantarmos, nunca mais escutaremos aquelas velhas piadas de nossos amigos de infância. Nunca mais tomaremos uma cerveja gelada. Nunca mais iremos a aquela praia, com varias pessoas reunidas, se divertindo... Sorrindo... Acho que nunca mais verei um sorriso...
 
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