segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sexto dia

Esse não é o sexto dia consecutivo, por dois dias não pude escrever...
Como esperado, o aglomerado de abutres, indicava sobreviventes, mas “eles” chegaram primeiro, não conseguimos fazer nada, estavam em grande numero, é como se estivessem aprendendo a se organizar, seguindo um ao outro atrás de comida. O que me faz ainda ter mais medo de ficar em grupo. Eles não nos viram, pois estávamos apenas no pequeno grupo de expedição para a cidade, e deviam estar ocupados demais se banqueteando.
Havia crianças naquele grupo, como pode não restar mais nada de humano neles, fazerem aquilo sem nem se quer...
A cidade estava praticamente vazia, parecia que todos “eles” tinham ido atrás do grupo, tivemos que agir rápido pegar o suficiente de suprimentos, sem um carro ou outro transporte tivemos grandes dificuldades, utilizamos um carrinho, daqueles que se era usado antigamente em supermercados para levar numero maior de suprimentos, mas o barulho atraiu dois “caçadores”, caçadores são diferentesdeles”. Os “caçadores” não enxergam, durante o dia eles não saem, mas sentem o cheiro e escutam melhores do que qualquer animal que já existiu antes disso tudo.
Nós os vimos pelas janelas, ainda estava de dia, mas eu tinha certeza, que eles iriam nos seguir...
Quando alcançamos o grupo maior, a noite já estava por vir, para não assustar o grupo, Julio nos mandou não falar sobre os “caçadores” da cidade. Mas assim como eu, ele já devia saber que eles viriam.
Metade do grupo, mais de 15 pessoas, mortas em minutos. Ate mesmo Julio e Álvaro não agüentaram.  Eles chegaram junto com a escuridão, não podíamos ve-los, mas eles conseguiam andar pela noite, como se para eles existisse um caminho ate cada um de nós. Eles atacaram os mais fracos, os que estavam doentes e os que estavam cansados. Mateus foi um dos primeiros a ser atacado, provavelmente sua ferida da mordida os atraiu como imã, Julio tentou protegê-lo, mas eram vários caçadores, eu não consigo imaginar quantos, eles eram rápidos, e do mesmo jeito que atacavam, eles sumiam. Se misturavam a noite, como se fossem parte dela.
Apenas uma pequena parte do grupo conseguiu escapar, diferente de Julio, a maioria agiu como eu, correu, correu o Maximo que pode, sem pensar em outra pessoa, pelo menos eu sabia, que se eu tentasse ajudar alguém, eu apenas seria mais um corpo que ficaria la, e provavelmente em alguns dias, seria apenas mais um “deles”.
Esperei o amanhecer, e voltei para onde os corpos estavam alguns corpos tinham sumido, alguns estavam totalmente devorados, e outros, provavelmente prestes a se transformarem, junto com os outros sobreviventes que fizeram a mesma coisa, destruímos os corpos, pegamos os suprimentos, e seguimos viagem, minha idéia era ir para um grupo menor, mas não deste jeito...

2 comentários:

Anônimo disse...

Fique calmo e siga seu caminho mesmo que sem rumo, um dia você descobre que nada é por acaso e entende por que é que algumas pessoas então tendo esse triste fim. Boa sorte!

Amanda disse...

vc é forte e vai conseguir!

 
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