segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Décimo Primeiro Dia


A criança continua me seguindo, não posso cuidar dela, ao mesmo tempo que não posso abandoná-la. Ontem “eles” vieram, em pequena quantidade, mas se alguns já estão chegando, outros podem vir, muitos mais...
Passei o dia procurando outros sobreviventes, no entanto não os achei, penso se todos foram capturados ou se foram pego por “eles”, ou se ate mesmo os caçadores continuam atrás de nós.
Penso em levar de volta essa criança para aquela cidade, ao mesmo tempo que sei que eles podem lhe fazer mal, não sei se é melhor do que ela andar comigo e acabar morrendo, pelo menos naquela cidade, ate ela morrer, teria abrigo e comida, coisas que eu não mais posso oferecer. A única coisa que tenho certeza é que sempre que olho para ela, meu passado vem como um turbilhão, me fazendo lembrar do rosto... Do rosto de minha esperança...
Decidi levar esta criança comigo, pelo menos ate achar um grupo melhor para deixá-la, acho q se fosse ela, eu gostaria que fizessem o mesmo...
Tenho pouca munição, pouca comida, e a cidade que achei que poderia arrumar algo só serviu para piorar... Como se não bastasse, Diego acabou ficando com o mapa, acho q a única coisa que posso fazer, é seguir pelo norte, evitando as estradas principais, pelo menos enquanto estiver cuidando desta menina.
Ainda me surpreendo ao pensar que tantas pessoas continuam vivas naquela cidadezinha, mesmo com o que essa menina disse, é de se espantar. Será que ainda há outras cidades que conseguiram sobreviver deste jeito ou de algum outro jeito similar? Uma cidade onde os sobreviventes não tenham se tornados completos babacas homicidas?
A menina já demonstra sinais de cansaço em apenas algumas horas de viagem, realmente é difícil de acreditar que ela consiga sobreviver muito tempo fora daquela vila, mas posso ver em seus olhos o medo, toda vez que pergunto sobre aquele lugar, ela da as mesmas respostas sempre, e quando tento me aprofundar ela fica muda, olha pra baixo, se estremece, como se algo La ainda a apavorasse mesmo estando tão longe como já estamos. Não posso deixar de pensar que pode ser uma armadilha e que alguém pode estar nos seguindo... Mas mesmo assim, o olhar dela, é de alguém que nunca mais quer ver aquele lugar, nem mesmo em sonhos.
Se eu fiquei pasmo em apenas olhar para um ritual daqueles infelizes, imagino como não deve ter sido viver entre eles desde que este apocalipse começou...

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